O CONHECIMENTO EM EVIDÊNCIA

ARTIGO DE EXPERIÊNCIA

27/04/2013 00:00

Elaborado por: Prof. José Edson Cavalcante da Silva

RELATÓRIO DAS EXPERIÊNCIAS DO PIBID EM MATEMÁTICA NA ESCOLA ESTADUAL SENADOR RUI PALMEIRA

 

José Edson Cavalcante da Silva

Professor de Matemática

Escola Senador Rui Palmeira

prof.ed_mat.fis@hotmail.com

 

 

  1. RESUMO

 

O presente artigo tem como objetivo relatar a experiência de alunos bolsistas graduandos em matemática da UNEAL – Universidade Estadual de Alagoas através do PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência nas aulas de matemática em turma de nonos anos e primeira série do ensino médio, pesquisando, desenvolvendo e aplicando trabalhos integrados ao professor e aos alunos. Os projetos desenvolvidos pelos bolsistas na escola diagnosticaram uma carência de base no aprendizado levando-os a aplicar um questionário para análise do conhecimento e posteriormente ministrando aulas dos conteúdos que eles apresentaram dificuldades. O auxílio ao professor titular na aplicação de avaliações e assistência a projetos e atividades fora da sala de aula também foram elementos favoráveis a somar às suas experiências, abrindo horizontes para a busca, a construção e apresentação de trabalhos acadêmicos em eventos de categoria científica. Para o professor das turmas, a frequência destes alunos foi um novo aprendizado na sua carreira podendo contribuir para uma formação mais concentrada às ações que levam a optarem pela docência como profissão valorizando a educação do nosso país, e em especial a do estado de alagoas.

 

 

PALAVRA CHAVES: Experiência. Ensino-aprendizagem. Docência.

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

 

                Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)

                 O programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais. A intenção do programa é unir as secretarias estaduais e municipais de educação e as universidades públicas, a favor da melhoria do ensino nas escolas públicas em que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) esteja abaixo da média nacional, de 4,4. Entre as propostas do Pibid está o incentivo à carreira do magistério nas áreas da educação básica com maior carência de professores com formação específica: ciência e matemática de quinta a oitava séries do ensino fundamental, física, química, biologia e matemática para o ensino médio, hoje sendo desenvolvido já em outras áreas do conhecimento com Língua Estrangeira.

                Podem apresentar propostas de projetos de iniciação à docência instituições federais e estaduais de ensino superior, além de institutos federais de educação, ciência e tecnologia com cursos de licenciatura que apresentem avaliação satisfatória no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Os estabelecimentos devem ter firmado convênio ou acordo de cooperação com as redes de educação básica pública dos municípios e dos estados, prevendo a participação dos bolsistas do Pibid em atividades nas escolas públicas.

 

 

 

  1. O DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA

 

 

         3.1- O Pibid: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

 

                O PIBID é um programa que oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. Este tem como objetivo antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais. Dessa forma, a escola também ganha com a presença destes alunos, pois assim ajudam a construir um ensino integrado somando a experiência do professor da sala de aula e suas novas metodologias pesquisadas e aprendidas na universidade.

 

 

         3.2- A nossa escola

 

                A Escola Senador Rui Palmeira está localizada na zona urbana do agreste alagoano na cidade de Arapiraca. É no bairro Capiatã que esta escola comporta vinte salas de aulas atendendo aproximadamente dois mil alunos, onde cerca de 90% destes é atendido no ensino médio. Com sua equipe diretiva atuante, direção e coordenação, os professores têm plena liberdade para trabalhar e fazer parte do crescimento da educação dos nossos alunos, que migram de várias regiões do interior de Arapiraca, ou até de outra cidade. Contando com a participação da coordenadoria regional de ensino, a escola Senador Rui Palmeira tem o apoio da secretaria do estado que, diante das suas falhas, ainda apresenta o mínimo de condições para desempenharmos o trabalho da docência. E ainda vem a pouca participação do governo do estado que deixa muito a desejar favorecendo a desvalorização do profissional que trabalha na educação e o aumento das condições precárias da estrutura das escolas do estado, bem como a falta de pessoal e material o desenvolvimento do ensino-aprendizagem, culminando dessa forma o baixo índice avaliativo diante do Ministério da Educação (MEC) e do nível de ensino do Brasil.

 

 

         3.4- O Ensino da Matemática na Escola Senador Rui Palmeira

 

                O ensino da matemática sempre foi e é motivo de preocupação do sistema de ensino devido à dificuldade em aprender esta disciplina. É preciso que uma nova metodologia seja implantada urgentemente, uma mudança de paradigma, em que o aluno tenha o prazer de estar nas aulas de matemática, de não querer que a aula termine ou até que aquela aula se estenda por mais tempo. Metodologia essa que deve aplicar o conhecimento prévio que os alunos trazem de casa, da rua, do seu convívio social. Que utilizem elementos da sua realidade, presentes no cotidiano de cada um, vindo do modo de contar junto aos seus pais em tarefas domésticas, do ato de comprar e vender mercadorias em atividades com a família ou das suas próprias brincadeiras e jogos dentro do ciclo de amizade em casa, na praça, no clube ou até no intervalo das suas aulas na escola.

Libâneo (1994) ao tecer considerações sobre o planejamento principalmente em relação aos alunos da escola pública salienta que a “verificação das condições potenciais de rendimento escolar depende de um razoável conhecimento dos condicionantes socioculturais e materiais: ambiente social em que vivem, a linguagem usada nesse meio, as condições de vida e de trabalho” (p.229).

 

                Até mesmo os constantes acessos às redes sociais e os seus relacionamento via net podem ser veículos de aprendizagem para determinados assuntos da matemática, ou outras disciplina quando envolvidos em projetos interdisciplinares da escola.

 

 

          3.5- A participação dos bolsistas na escola

 

                Recebemos cinco alunos bolsistas de matemática, dentre outros em outras áreas do conhecimento. O empenho deles em pesquisar todo o espaço da escola foi um dos fatores que, de imediato, demonstraram interesse em descobrir novos rumos que por ventura iria encontrar, a começar pela caracterização da escola, conhecendo todo seu ambiente físico, o pessoal que ali fazia parte do quadro funcional da mesma. Começaram construindo um plano de ação com atividades que seriam aplicadas às turmas escolhidas de acordo com suas disponibilidades. Iniciaram suas experiências de sala de aula observando o professor titular ministrar de suas aulas e, fazendo anotações, se preparavam para a tão esperada aula de regência. No entanto, começaram aplicando um teste de simulado juntos com os professores de matemática, como parte de um projeto pedagógico e metodológico do planejamento da escola com o propósito de adiantar o término do ano letivo.

                E assim foi, cada grupo (dupla ou trio) para sua turma exercer a atividade da docência levando o conteúdo do resultado de horas de planejamento nivelando o conhecimento dos alunos, como parte da primeira atividade de seus trabalhos como bolsistas, que era fazer um diagnóstico dos assuntos que estes alunos tinham mais dificuldades e ministrarem aulas para reforçar o aprendizado, que posteriormente seria feita uma avaliação para comparar com a primeira e, por fim, verificar o grau de aprendizagem daquelas turmas. Depois vieram outros projetos, seus e da escola junto ao professor, até chegarem a executar trabalhos de aulas de campo, pondo em prática o objetivo do processo de ensino-aprendizagem, que é fazer o estudante construir suas próprias atividades.

 

 

  1. TRABALHOS EXECUTADOS COM OS PIBIDIANOS

 

 

         4.1- Revisão de assuntos básicos da matemática

 

               Essa atividade teve início com um questionário aplicado pelos bolsistas a fim de detectar os assuntos estudados em matemática que os alunos apresentavam mais dificuldades de aprendizado. Diagnosticados os conteúdos, aplicaram um teste avaliativo que, posteriormente seria comparado com outro teste bem similar, com o objetivo de medir o grau de aprendizado após algumas aulas de revisão ministradas pelos acadêmicos.

 

 

          4.2- Resolução de questões dos conteúdos trabalhados pelo professor titular      

 

                Outra atividade desenvolvida pelos alunos pibidianos que repercutiu com êxito entre as turmas visitadas, pois mantiveram bom relacionamento e simpatia com os alunos. Resolvendo questões, estes acadêmicos desenvolveram ou criaram metodologias próprias para ajudar na compreensão do assunto que a turma se mostrava com dúvida e, de fato, tornou-se muito importante para os bolsistas no exercício de regência de sala.

 

 

         4.3- Projeto de extensão do conhecimento

 

                Projeto pelo qual envolve alunos de todas as séries buscando o crescimento pessoal e intelectual ao contextualizar conteúdos da Matemática para o seu desenvolvimento buscando compreender os temas sugeridos no contexto social com suas práticas desenvolvidas fora da sala de aula valorizando os espaços físicos da escola e a sua realidade. Com isso precisamos mais do que tudo desenvolver metodologias que motivem os alunos a não só gostarem da disciplina de matemática, mas associarem com sua realidade e aplicarem de modo concreto no corrente dia a dia, para que se formalize o conceito de ensino-aprendizagem junto ao currículo das novas tecnologias para o conhecimento desta ciência tão necessária para o crescimento da humanidade. Este projeto tem com objetivo: 1. Levar o aluno a compreender que os conteúdos da Matemática estão relacionados com o seu dia a dia e o conhecimento prévio da sua realidade; 2. Deslocar o aluno para fora da sala de aula a fim de que possam observar o mundo em sua volta relacionando o conteúdo curricular com a evolução da sociedade; 3. Induzir o aluno à pesquisa de campo levando-o a relacionar a teoria com a prática; 4. Mostrar ao aluno que é possível trabalhar experiências matemáticas utilizando materiais do seu cotidiano; 5. Proporcionar ao aluno o hábito da pesquisa e da leitura para a sua formação como ser integrante de uma sociedade questionadora; 6. Facilitar ao aluno o hábito da boa expressão ao falar em público, diminuindo a timidez.

 

         4.4- Participação e apresentação de seminário

 

                 Um dos recursos que os alunos do Pibid adquiriram através deste programa, além de desenvolverem atividades da docência, foi a iniciativa de participar de conferências, congressos, palestras e seminários, e mais ainda, a construir seus próprios trabalhos como artigos e apresenta-los. Esta iniciativa levou estes acadêmicos a desenvolver habilidades julgar, avaliar e orientar os trabalhos dos alunos em suas apresentações e projetos, tanto dentro como fora da sala de aula, as chamadas aulas de campo. A experiência destes alunos tem sido uma oportunidade ímpar para o engrandecimento da sua formação, com mais objetivo e metodologia no que se pretendem alcançar. O programa realmente é rico em oportunidades para a transformação do cidadão enquanto fazedor de conhecimento dentro de uma sociedade carente de cultura.

 

         4.5- Análise de resultados

 

                Na conclusão do ano letivo é que foi visto o quanto à presença ativa destes alunos bolsistas fez a diferença, onde o resultado das turmas trabalhadas se mostrou mais elevado em se comparando às outras turmas sem ter a assistência do Pibid. Para o professor da sala essa experiência foi ponto chave para uma reflexão mais concreta na prática pedagógica e iniciativa de criar e desenvolver projetos de melhoramento ao ensino-aprendizagem. Esse é o papel da escola: abrir horizontes para os professores e, principalmente para os alunos e toda a sociedade, bem como a entrada de outras instituições de ensino, como a universidade através de programas como este, PIBID. E, sem deixar de lado a expectativa dos alunos da escola da inovação e do dinamismo com os quais foram direcionados os trabalhos junto ao professor. Hoje, os pibidianos são autores protagonistas das suas próprias ações de sala de aula e projetos, amadurecendo a sua concepção de docência e criando em si um novo conceito de educação, ao associarem a teoria à prática comprovadas na apresentação dos seus artigos de experiência acadêmica.

 

 

  1. CONCLUSÃO

 

                 Indubitavelmente, o PIBID é um programa de relevante importância para os alunos de curso superior, infelizmente o mesmo não se estende a todos. Um programa dessa natureza viabiliza o despertar pela docência unindo a teoria com a prática, uma vez que o aluno bolsista adentra na escola pública e contribui com a sua participação junto ao professor titular de uma determinada turma, ajudando a construir conhecimento diante dos projetos desenvolvidos pelas escolas com metodologias renovadas e dinâmicas na sua prática pedagógica.

                O resultado é surpreendente e motivador, levando a questão da aceitabilidade das escolas mais favorável ao programa fazendo deste, uma forma de estágio para os alunos acadêmicos contando as horas/aulas trabalhadas como ponto positivo para o currículo na sua formação. E que os coordenadores deste programa (PIBID) nas unidades de ensino superior apresentem mais projetos aos setores competentes exigindo das instâncias governamentais presteza e investimento na pesquisa e na extensão enquanto universidade, fazendo cumprir, verdadeiramente, a sua função social.

                Portanto, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um dos excelentes projetos gerido pelo Ministério da Educação que, além de incentivar o desejo pela atividade da docência transforma os estudantes acadêmicos em cidadãos críticos e agentes da construção do conhecimento, quando ajudam nos trabalhos pedagógicos da escola junto ao professor titular.

 

 

 

  1. REFERÊNCIAS

 

 

  1. Fonte Própria: Experiência desenvolvida com os alunos em atividades.

 

  1. Escola Senador Rui Palmeira. Projeto Político Pedagógico – PPP.

 

  1.  https://portal.mec.gov.br/. Acesso em 26/04/2013.

 

  1. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo, Cortês, 1994.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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